
Em assembleia realizada nesta terça-feira (10/6), professores e orientadores da rede pública do Distrito Federal decidiram manter a greve iniciada em 2 de junho. Os profissionais do magistério reuniram-se no estacionamento entre o Eixo Cultural Ibero-Americano (antiga Funarte) e a Torre de TV e, em ato de protesto, seguiram para a frente do Palácio do Buriti. A manifestação gerou congestionamentos e lentidão no trânsito da região.
Esta foi a segunda assembleia promovida pelo Sindicato dos Professores do DF (Sinpro-DF) desde o começo da greve. "É preciso que o GDF apresente algo mais concreto, além dos quatro itens que já estão postos", destacou Cleber Soares, integrante da comissão. "A expectativa é de restabelecer a mesa de negociação, de onde não partimos mais do zero, mas, sim, com essa primeira proposta", disse.
Na última sexta-feira (6/6), Flávio Dino, ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), suspendeu a multa de R$ 1 milhão que a Justiça local estabeleceu à categoria em caso de manutenção do ato. Para o sindicato, a ação mostra a força do movimento.
Para a diretora do Sinpro Márcia Gilda, a categoria não ganhou nada de presente, a proposta do governo foi arrancada pela mobilização. "Nós sempre estivemos dispostos e dispostas a dialogar e negociar, mas precisamos recorrer à greve para que o governo nos apresentasse uma proposta."
O sindicato estipulou um cronograma de ações para os próximos dias. Amanhã, fará uma ação nas escolas. No sábado e no domingo, haverá panfletagem em feiras e agem de carros de som em regiões do DF. A próxima assembleia geral está prevista para segunda-feira (16/6), com possibilidade de alteração de data.
Proposta
As secretarias da Casa Civil, de Economia e de Educação apresentaram, na última semana, as seguintes propostas: convocação de três mil docentes em dezembro deste ano; prorrogação da validade do concurso realizado em 2022; convocação de novo certame público no segundo semestre; e construção do calendário de reestruturação da carreira, com mediação do Tribunal de Justiça do DF e dos Territórios (TJDFT), e a participação das secretarias da Casa Civil, de Educação e de Economia, em até 90 dias.
Em nota, a Secretaria de Educação (SEEDF) afirmou que a proposta apresentada pelo sindicato foi chancelada pelo governo, e que não se trata de uma iniciativa exclusiva da istração pública. "Após a aceitação pelo governo, a proposta não foi aprovada pela categoria. Mesmo diante desse cenário, o governo manteve diálogo aberto com o sindicato e apresentou uma proposta oficial debatida em mesa de negociação. Dessa forma, a secretaria reforça que não cabe à pasta comentar decisões tomadas pelo sindicato", diz a nota.