Eliminatórias

Ancelotti valoriza zaga e empate na estreia: "saímos satisfeitos"

Brasil ficou no 0 x 0 contra o Equador em Guayaquil na primeira partida com o italiano no comando; técnico assume que faltou melhor atuação do ataque

Primeira partida de Ancelotti com a Seleção Brasileira teve defesa sólida no empate sem gols com o Equador       -  (crédito:  AFP)
Primeira partida de Ancelotti com a Seleção Brasileira teve defesa sólida no empate sem gols com o Equador - (crédito: AFP)

O primeiro capítulo da trajetória de Carlo Ancelotti como técnico da Seleção Brasileira serviu para dar mais realidade à torcida em relação à expectativa criada sobre a nova era na Amarelinha. Mais organizado em campo, mas ainda sem conseguir ser dominante contra os rivais sul-americanos, o Brasil empatou em 0 x 0 contra o Equador, em Guayaquil, nesta quinta-feira (5/6), pela 15ª rodada das Eliminatórias da América do Sul para a Copa do Mundo de 2026.

Apesar do resultado não ter sido uma dose extra de animação para os brasileiros, Ancelotti ressaltou o desempenho da defesa, que pouco sofreu nas tentativas de construção dos equatorianos e demonstrou evolução em relação ao nível apresentado anteriormente. No atual momento da competição, o Brasil é a quinta pior defesa, com 16 gols sofridos em 15 jogos, e não foi vazado apenas pela quarta vez.

“Foi uma partida muito boa a nível defensivo, vi a equipe melhor com a bola, com um jogo um pouco mais fluído. No final, foi um bom empate e saímos satisfeitos, com confiança para o próximo jogo”, disse Ancelotti na entrevista coletiva após o confronto.

Por outro lado, o italiano reconheceu a baixa produção ofensiva brasileira. A principal chance criada foi após roubada de bola de Estevão e Gerson preferir um e para Vini Jr, mas o craque do Real parou no goleiro. Em outra oportunidade, o volante do Flamengo fez um corta-luz para finalização de Casemiro, novamente para defesa do arqueiro do Equador.

“Creio que as condições foram complicadas para fazer um jogo combinado. Tivemos boas oportunidades com Vini e Casemiro na segunda parte. Sim, poderia ter sido melhor na frente, mas temos que também levar em conta a força do rival. O Equador jogou uma boa partida, assim como nós, não foi tão simples achar espaço entrelinhas, dificuldade na saída, nem sempre tivemos a bola limpa no último terço. Não quero colocar desculpas, mas o campo não foi tão simples de se jogar nestas condições”, opinou Ancelotti.

O segundo capítulo do Brasil no comando do italiano será na próxima terça-feira (10/6), às 21h45, na NeoQuímica Arena, em São Paulo. A Seleção ocupa a quarta posição nas Eliminatórias, com 22 pontos.

Confira outras respostas da coletiva:

Substituições

As substituições foram para dar mais energia. Richarlison e Gerson trabalharam muito forte com muito compromisso defensivo, as mudanças foram para dar mais energia para a equipe, apenas isso.

O que se pode projetar para o jogo contra o Paraguai?

Será uma partida diferente, acredito que teremos mais condições de controlar o jogo. Temos que fazer um jogo com mais ritmo, mobilidade e intensidade. Acredito que assim faremos na nossa casa.

Diferenças entre Europa e América do Sul

Muito bom ambiente. Nos receberam bem, foi um ambiente fantástico. Obviamente, os torcedores estavam apoiando a seleção deles, mas um clima bom. Saímos daqui com confiança, com um bom ponto e vamos para ganhar a próxima partida.

O Equador teve alguma vantagem de jogar aqui?

Não sei, temos que levar vários aspectos em consideração. As viagens aqui são maiores, isso te penaliza um pouco. A nível físico, as duas equipes estiveram muito bem. Se tivermos que jogar na altitude, não sei o que poderia acontecer.

Como você acha que funcionou a comunicação com os jogadores? Tudo foi transmitido?

O que falamos antes da partida, eles tentaram fazer. A equipe jogou bem. Na minha opinião, não cedemos oportunidades claras a uma equipe forte. Como eu disse, se podia trabalhar melhor o jogo com bola, mas temos algo a melhorar para a próxima partida contra o Paraguai.

Primeira vez comandando uma seleção. Como ficou o coração?

Minha primeira partida comandando uma seleção, meu coração sentiu algo especial. Estive no banco em mais de 1800 partidas e esta foi especial. Creio que posso fazer uma avaliação desse primeiro período, fiquei feliz com a recepção. Me sinto encantado em trabalhar com a CBF e, para mim, é um presente estar aqui.

Substituições, especificamente a do Richarlison

São dois jogadores diferentes. Com o Matheus podemos trabalhar melhor a bola, com o Richarlison temos mais profundidade. Como eu disse, o trabalho de frente foi mais complicado porque as bolas não jogaram. O Vini jogou muito bem o jogo de hoje, foi determinante a nível ofensivo.

Objetivos com a seleção

O objetivo que temos é nos qualificarmos, brigar na Copa do Mundo, tentar colocar o Brasil onde sempre esteve nas primeiras posições do futebol mundial. Este é o nosso objetivo, vamos brigar para conseguir isso.

Marquinhos capitão foi apenas para esse jogo ou você vai manter?

Marquinhos foi o capitão nos últimos dias, não é necessário trocar. Seguimos assim. Quero destacar Ribeiro, que fez uma boa partida, todos bem atrás.

Algo chamou a atenção em possíveis diferenças entre Brasil e Europa

Algumas coisas são diferentes, mas não muito. Temos que nos adaptar às distintas situações e às viagens grandes. Futebol é futebol, não há muitas coisas. Creio que para os jogadores, assim como para nós, o feeling de representar o Brasil, uma seleção nacional, é diferente do que de representar um clube. Há um país atrás de ti e, por isso, creio que estamos todos focados em alcançar nossa melhor versão.

Como encontrar soluções imediatas?

É um trabalho diferente, temos a qualidade dos jogadores que é muito boa. Não há muito tempo para trabalhar, mas há a possibilidade de melhorar porque temos qualidade. Estou certo que vamos melhorar a nível ofensivo, hoje faltou um jogador importante que é o Raphinha.

AR
postado em 05/06/2025 23:01 / atualizado em 05/06/2025 23:17
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