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Lucas Drummond protagoniza drama gay de época filmado no coração do Brasil

Protagonizado por Lucas Drummond, o longa "Apenas coisas boas", dirigido por Daniel Nolasco e rodado em 2024, começa sua jornada pelo mundo nesta quarta-feira (11/6), no Festival Internacional de Cinema de Guadalajara, no México

Lucas Drummond vive primeiro protagonista no cinema em "Apenas coisas boas" -  (crédito: Divulgação)
Lucas Drummond vive primeiro protagonista no cinema em "Apenas coisas boas" - (crédito: Divulgação)

A solidão de um caubói do interior de Goiás, o encontro inesperado com um forasteiro acidentado, o amor que nasce entre feridas e silêncios. É nesse cenário de estradas poeirentas e sentimentos represados que Lucas Drummond faz sua estreia como protagonista no cinema, no longa Apenas coisas boas, dirigido por Daniel Nolasco (de Vento seco). O filme, rodado em 2024, começa sua jornada pelo mundo nesta quarta-feira (11/6), no prestigiado Festival Internacional de Cinema de Guadalajara, no México. No Brasil, será exibido no Olhar de Cinema, em Curitiba, no dia 17, e segue para os Estados Unidos, onde será apresentado no Frameline, em São Francisco, no dia 27.

Ambientado em Catalão, interior de Goiás, em 1984, o longa acompanha a vida de Antônio, personagem de Lucas. Um homem do campo, recluso, moldado pelo silêncio e pelos gestos contidos. Em sua pequena fazenda, onde os animais são a única companhia constante, ele leva uma existência quase invisível até que o destino cruza seu caminho com o de Marcelo, um motoqueiro interpretado por Liev Carlos. Após um acidente, Marcelo é acolhido por Antônio — e dessa convivência surge uma paixão tão inesperada quanto transformadora.

O tempo, no entanto, não para, e o filme também visita os personagens quatro décadas depois. A segunda fase da narrativa é conduzida por Fernando Libonati, que interpreta o Antônio mais velho, ao lado de Renata Carvalho e Igor Leoni. Também integram o elenco Norval Berbari, no papel do pai de Antônio, e Guilherme Théo, como o capanga Samuel.

Lucas Drummond em "Apenas coisas boas" com Liev Carlos
Lucas Drummond em "Apenas coisas boas" com Liev Carlos (foto: Divulgação)

Lucas fala do papel com entusiasmo, quase reverência. “Antônio é o típico matuto: rústico, introspectivo, sem traquejo social. Acredito que talvez ele nunca tenha vivido um romance. Isso muda quando encontra Marcelo na estrada.” O ator se diz orgulhoso por estrear como protagonista justamente em um festival do porte de Guadalajara, ao lado do diretor que sempre irou. “Daniel é um dos grandes nomes do cinema queer brasileiro. Trabalhar com ele já era um desejo antigo. A forma como ele insere personagens LGBTQIAPN+ em contextos tão singulares, como o Centro-Oeste rural, é algo que me fascina. Foi uma oportunidade de viver algo muito distante de mim — e, ao mesmo tempo, tão íntimo.”

Mais do que um romance, Apenas coisas boas é um mergulho nas potências e feridas do amor. Um retrato sensível do que liberta e do que aprisiona. Com erotismo, ação e suspense, Nolasco constrói uma obra que se desdobra entre a exuberância da juventude e a melancolia do tempo.

Mais projetos

Mas o ano de Lucas não para por aí. Em 2025, ele também estará nas telas com dois curtas. Em Nesta data querida, um musical pop com direção de André Leão e roteiro de Vitor Rocha, Lucas interpreta João, o melhor amigo do protagonista — um amigo que guarda, em silêncio, um crush não correspondido. Já em O motorista, outro projeto dirigido por André, o ator vive Vitor, um ageiro que se vê no lugar errado, na hora errada, ao cruzar o caminho de um serial killer em atividade. Ambos os filmes estreiam no segundo semestre em festivais e depois chegam ao streaming.

Além do cinema, Lucas integra o elenco da minissérie da HBO Max Máscaras de oxigênio (não) cairão automaticamente. Baseada em uma história real, a produção resgata o esforço silencioso de um grupo de comissários de bordo que, nos anos 1990, contrabandeava AZT — medicamento usado no tratamento da AIDS — para o Brasil, em tempos de escassez e estigma.

Na trama, Lucas vive Wes, um dermatologista norte-americano envolvido com o personagem de Johnny Massaro. “Foi um desafio. Todas as minhas cenas são em inglês, ambientadas nos Estados Unidos. Mas é uma história que precisava ser contada, que resgata um capítulo doloroso e heroico da nossa história recente.”

Como se não bastasse, Lucas também prepara sua volta aos palcos com o espetáculo O formigueiro, previsto para estrear no segundo semestre de 2025. A peça, uma comédia dramática com roteiro e direção de Thiago Marinho, retrata o reencontro de três irmãos no aniversário da mãe, que enfrenta os estágios finais do Alzheimer. O encontro, repleto de memórias, disputas e segredos enterrados, coloca em xeque a história familiar que todos acreditavam conhecer. No elenco, Lucas contracena com Diego de Abreu, Roberta Brisson e Rodrigo Fagundes. O projeto também marca sua atuação como produtor.

Com projetos que atravessam gêneros, plataformas e idiomas, Lucas Drummond vive um momento de expansão artística. Seja no cerrado goiano ou nos palcos urbanos, sua arte se firma como uma busca contínua por personagens densos, histórias urgentes e conexões reais com o público.

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    Lucas Drummond em "Apenas coisas boas" com Liev Carlos Divulgação
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    Lucas Drummond em "Apenas coisas boas" com Liev Carlos Divulgação
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    Lucas Drummond vive primeiro protagonista no cinema em "Apenas coisas boas" Divulgação

 

postado em 10/06/2025 18:18
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